segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Homilia do 5º Domingo Comum

“Pregar o evangelho que cura”

 A vida do homem é uma luta

               Jesus inicia a pregação do Evangelho para a salvação integral do corpo e da alma como uma unidade. Outra dimensão clara da missão de Jesus é a transformação do coração para servir tanto ao anúncio como à cura dos males que afligem o ser humano. A leitura do livro de Jó reflete a condição humana à qual Jesus se dirige. Assumiu essa condição, por isso sabia onde estava a dor das pessoas. Jó descreve essa angústia existencial de sofrimento, de cansaço, de dor, de carência e de desencanto. Diz “os meus dias correm mais rápido do que a lançadeira do tear” (Jo 7,6). A lançadeira ou canoinha é o instrumento que, no tear, trabalha com a linha que faz o trançado do tecido. Além do mais, Jó não vislumbrava futuro. Jesus, tendo essa situação diante dos olhos e no coração, veio como médico para sanar todas as dores. Sua pregação se faz através das palavras que curam os corações e seus gestos que curam os corpos. É bonito imaginar esta cena: “À tarde, depois do por do sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio… Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios” (Mc 1,32.34). As pessoas atribuíam as doenças à possessão diabólica. É diferente da possessão diabólica que entendemos. Por estar desligada da vida do povo, podemos perceber como a pregação que fazemos não tem o efeito que pretendemos. Privilegia somente o intelectual. Por isso não cala nos corações. Jesus falava mais através dos gestos concretos. Não se trata de fazer milagres ou expulsar demônios, mas criar situações nas quais as pessoas possam se libertar dos males que sofrem. O carinho de Jesus pelas populações vem do conhecimento que tem de sua vida, pois a vivia. Sabemos que a Igreja corre o risco de descuidar-se do o povo, deixando-o a sua sorte. Depois reclamamos das saídas das pessoas para outras igrejas.

Pelo Evangelho, faço tudo

               Paulo, seguidor apaixonado de Jesus, tinha o anúncio do Evangelho como sua missão e sua vida. Se não tivermos essa loucura pelo Evangelho, seremos inócuos no anúncio. Ele descreve que pregar o evangelho se tornou para ele uma segunda natureza: “Pregar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu ao pregar o Evangelho” (16). Sente-o como um encargo que lhe foi confiado. O salário de Paulo é o direito de anunciar sem receber paga sem usar os direitos que o evangelho lhe dá (1Cor 9,18). Paulo acompanha o modo de ser e viver de Jesus, vivendo no meio do povo, tornando-se escravo de todos… com os fracos, eu me fiz fraco para ganhar os fracos, Com todos eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do Evangelho eu faço tudo, para ter parte nele (18). E Jesus andava por toda a Galiléia pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.

A serviço do Evangelho

               A cura da sogra de Pedro é uma explicação do resultado da obra apostólica: Jesus saiu da sinagoga e foi para a casa de Pedro. A sogra estava doente e contaram a Jesus. Ele a tomou pela mão e ela começou a servi-los. É a transformação radical da pessoa, sair de si e servir. Paulo se põe a serviço, fazendo-se escravo de todos. Outro grande serviço é a oração, como Jesus que sempre se encontrava com o Pai. Sem o relacionamento com o Pai se perde a dimensão maior da evangelização. Por isso a importância da oração, sobretudo na comunidade. Pregador sem Deus prega a si mesmo e não toca os corações. O grande drama da pregação é a falta de coerência, isto é, santidade.
Leituras: Jó 7,1-4.6-7; Salmo 146; 1Coríntios 9,16-19.22-23
Ficha nº 1412 – Homilia do 5º Domingo Comum (08.02.15)
Jesus inicia sua pregação do Evangelho para a salvação integral, corpo e alma. Transforma o coração para servir no anúncio e na cura dos males. Jó apresenta a situação do homem. Jesus assume essa condição para curá-la. Cura pela palavra e pelo milagre. Perdemos a força evangelizadora quando deixamos o povo.
Paulo tem o Evangelho como vida e missão. Não o faz por lucro, mas serve como escravo. Faz-se fraco com os fracos, como Jesus.
A cura da sogra de Pedro exemplifica a pregação de Jesus. Cura para colocar-se a serviço. Um serviço fundamental de Jesus e nosso é a oração. Sem a oração perde-se a condição de evangelização.

Médico sem jaleco

            Jó nos diz que a vida não é fácil. A vida é um sopro. Há momentos em que nos desanimamos. Aqui então aparece o médico que buscamos. Ele não usa jaleco.
Marcos narra os milagres de Jesus. Não é para fazer bonito. Ele nos mostra que com eles vence o mal, não só do corpo.
As curas que Jesus faz têm uma finalidade, como podemos ver na cura da sogra. Ela estava com febre. Ele a tomou pela mão e a febre desapareceu. E ela se pôs a servi-los Dizer-se curado é por-se a serviço. As curas que fazia eram para que as pessoas se pusessem a serviço. Hoje muitos são curados e não aprendem a pôr-se a serviço.
            De onde Jesus tira sua energia? A sintonia de Jesus com o Pai está em sua oração constante. Por isso sua obra apostólica vai para muitos lugares. Vejamos como a falta de oração nos faz tão fracos na fé e no serviço.
Jesus abriu os olhos de Paulo para a fé. Sente que é uma obrigação sua a evangelização. Evangelização não é elenco de doutrinas, mas a união de sua vida com todos: Por causa do Evangelho eu faço tudo para ter parte nele.


É preciso pegar o jaleco de Jesus.

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