“Tens poder de curar-me”
Pe. Luiz Carlos de Oliveira C.Ss.R.
A lepra e o amor de Jesus.
Jesus,
enviado do Pai para conduzir todos à salvação, tem o poder de curar todos os
males, como reconhece o leproso que lhe pede: “Se queres, tens o poder de me
curar. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse ‘Eu quero,
fica curado!’” (Mc 1,40-41). Tem o poder e a misericórdia. A narrativa da cura
do leproso revela a extensão espiritual da missão de Jesus. Como pode curar o
corpo tem também poder de realizar a cura espiritual do homem. O milagre
explica sua missão e o modo de realizá-la. A leitura do livro do Levítico
13,1-2.44-46 é uma parte da legislação sobre a lepra e os cuidados para não se
disseminar a doença. As conseqüências sociais e religiosas são muito pesadas
para a pessoa: deveria sair do convívio da comunidade social e religiosa. Era
impuro. Estava excluído da vida religiosa. Era impuro também espiritualmente.
Quem o tocasse também tornava-se impuro. “Por isso Jesus, depois de tocá-lo,
ficou impuro e não podia entrar publicamente numa cidade. Ficava fora, em lugares
desertos” (45). Lembra o texto: Ele assumiu nossas dores, carregou sobre si
nossos pecados (1Pd 2,24). Jesus se
exclui por assumir a condição do leproso. É a imagem o Servo de Javé que se
concretiza Nele. A imagem da lepra é usada para o pecado. Jesus tem o método da
aproximação das pessoas para realizar a cura, estando nelas e com elas. Esse
milagre mostra que a ressurreição que atinge o homem todo e modifica as
estruturas. O texto mostra que as pessoas assumem sua atitude e vão procurá-lo
superando a lei discriminatória. Enquanto não assumirmos a vida das pessoas em
nossas pastorais, não nos comunicamos e discriminamos.
A lepra do pecado
O
sacramento da Penitencia é a presença memorial da compaixão que Jesus sente
pelo leproso e todos os sofredores. Este sacramento passou por muitas fases em
sua história. Há ainda dificuldades para compreendê-lo e administrá-lo. Para
restaurar a vitalidade deste sacramento é necessária a consciência do pecado.
Para que isso aconteça é preciso a consciência do Deus que ama e foi deixado de
lado. Confissão é a análise da própria vida diante de Deus e das pessoas com a
disposição imprescindível de modificar os caminhos. Isto é a conversão.
Insiste-se na necessidade da confissão, mas não há catequese e evangelização
suficientes para perceber seu valor. O pecado não pode ser um aliado de nosso
dia a dia. É uma lepra e podemos dizer como o leproso: “Tens poder de
curar-me”. É necessário crer num relacionamento sempre novo com Deus e com as
pessoas. O salmo 31 descreve a dinâmica do pecado em nós e o caminho para
sairmos desta situação.
Procuro agradar a todos
Paulo
ensina como viver num permanente contato com Deus “Quer comais, quer bebais,
quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor
10,31). Sair de si é a profilaxia da lepra espiritual. Como ensina Pedro, “a
caridade cobre a multidão de pecados” (1Pd 4,8). Insiste na vida de
relacionamentos. O apóstolo é claro: “Fazei como eu que procuro agradar a todos
em tudo, não buscando o que é vantajoso para mim, mas o que é vantajoso para
todos, a fim de que sejam salvos” (33). A oração da missa pede esse modo de
viver: “Dai-nos viver de tal modo, que possais habitar em nós” (Oração). O
resultado é a eterna recompensa: “O sacrifício eucarístico nos purifique e
renove e seja fonte de eterna recompensa para os que fazem vossa
vontade”(oferendas). Uma “missa de cura” é aquela que muda nosso coração para o
serviço. Para além disso, é folclore.
Leituras:
Levítico 13,1-2.44-46;Salmo 31;1Cor 1031-11,1 Marcos 1,40-45
Ficha nº 1414 – Homilia do 6º Domingo
Comum (15.02.15)
A
cura do leproso revela o poder de Jesus e sua misericórdia como também a
extensão espiritual de sua missão. Cura o corpo e tem o poder da cura espiritual.
O livro do Levítico traz a legislação sobre a lepra. As conseqüências era a
discriminação social e religiosa. Impuro como pecador. Jesus o toca e cura,
assumindo sua condição, por isso estava fora da cidade. A lepra é imagem do
pecado. Jesus se aproxima das pessoas. A pastoral exige aproximação dos
discriminados.
O
sacramento da Penitência é presença memorial da compaixão de Jesus. Para
restaurar sua vitalidade é preciso consciência do pecado e do amor de Deus.
Confissão é análise da vida diante de Deus e das pessoas, com disposição de
mudar. É necessária a evangelização e a catequese.
Paulo
ensina como viver em permanente contato com Deus, em tudo. Pedro escreve que a
caridade cobre a multidão dos pecados. Por isso ter atitudes de serviço:
procurar agradar a todos. A Eucaristia nos purifique e renove.
Fofocando sobre Jesus
Jesus
curou um leproso. Era uma doença terrível e discriminava a pessoa, inclusive da
religião. Não podia participar da vida religiosa do povo. O leproso não podia
aproximar-se de ninguém. Ninguém podia tocá-lo. Jesus o toca, assumindo sua
condição de discriminado. Só assim Jesus salva: assumindo nossa condição
humana, frágil e pecadora.
O
leproso curado sai contando para todo mundo o que Jesus fizera, mesmo tendo
sido proibido por Ele. Jesus não queria que sua missão se reduzisse em fazer
espetáculo, mas mostrar a misericórdia de Deus para que todos chegassem à
comunhão com Ele.
Paulo
insiste na maneira como os fiéis deveriam viver com os outros. Tudo o que se
fizer, seja feito pelo Senhor, não escandalizando ninguém, procurando o que é
vantajoso para os outros para que sejam salvos. Que O imitassem, pois assim Ele
o fazia. Esta é a maneira de fofocar sobre Jesus.
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