segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Homilia do 6º Domingo Comum

“Tens poder de curar-me”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira C.Ss.R.


A lepra e o amor de Jesus.

Jesus, enviado do Pai para conduzir todos à salvação, tem o poder de curar todos os males, como reconhece o leproso que lhe pede: “Se queres, tens o poder de me curar. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse ‘Eu quero, fica curado!’” (Mc 1,40-41). Tem o poder e a misericórdia. A narrativa da cura do leproso revela a extensão espiritual da missão de Jesus. Como pode curar o corpo tem também poder de realizar a cura espiritual do homem. O milagre explica sua missão e o modo de realizá-la. A leitura do livro do Levítico 13,1-2.44-46 é uma parte da legislação sobre a lepra e os cuidados para não se disseminar a doença. As conseqüências sociais e religiosas são muito pesadas para a pessoa: deveria sair do convívio da comunidade social e religiosa. Era impuro. Estava excluído da vida religiosa. Era impuro também espiritualmente. Quem o tocasse também tornava-se impuro. “Por isso Jesus, depois de tocá-lo, ficou impuro e não podia entrar publicamente numa cidade. Ficava fora, em lugares desertos” (45). Lembra o texto: Ele assumiu nossas dores, carregou sobre si nossos pecados (1Pd 2,24).  Jesus se exclui por assumir a condição do leproso. É a imagem o Servo de Javé que se concretiza Nele. A imagem da lepra é usada para o pecado. Jesus tem o método da aproximação das pessoas para realizar a cura, estando nelas e com elas. Esse milagre mostra que a ressurreição que atinge o homem todo e modifica as estruturas. O texto mostra que as pessoas assumem sua atitude e vão procurá-lo superando a lei discriminatória. Enquanto não assumirmos a vida das pessoas em nossas pastorais, não nos comunicamos e discriminamos.

A lepra do pecado

O sacramento da Penitencia é a presença memorial da compaixão que Jesus sente pelo leproso e todos os sofredores. Este sacramento passou por muitas fases em sua história. Há ainda dificuldades para compreendê-lo e administrá-lo. Para restaurar a vitalidade deste sacramento é necessária a consciência do pecado. Para que isso aconteça é preciso a consciência do Deus que ama e foi deixado de lado. Confissão é a análise da própria vida diante de Deus e das pessoas com a disposição imprescindível de modificar os caminhos. Isto é a conversão. Insiste-se na necessidade da confissão, mas não há catequese e evangelização suficientes para perceber seu valor. O pecado não pode ser um aliado de nosso dia a dia. É uma lepra e podemos dizer como o leproso: “Tens poder de curar-me”. É necessário crer num relacionamento sempre novo com Deus e com as pessoas. O salmo 31 descreve a dinâmica do pecado em nós e o caminho para sairmos desta situação.

Procuro agradar a todos

Paulo ensina como viver num permanente contato com Deus “Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31). Sair de si é a profilaxia da lepra espiritual. Como ensina Pedro, “a caridade cobre a multidão de pecados” (1Pd 4,8). Insiste na vida de relacionamentos. O apóstolo é claro: “Fazei como eu que procuro agradar a todos em tudo, não buscando o que é vantajoso para mim, mas o que é vantajoso para todos, a fim de que sejam salvos” (33). A oração da missa pede esse modo de viver: “Dai-nos viver de tal modo, que possais habitar em nós” (Oração). O resultado é a eterna recompensa: “O sacrifício eucarístico nos purifique e renove e seja fonte de eterna recompensa para os que fazem vossa vontade”(oferendas). Uma “missa de cura” é aquela que muda nosso coração para o serviço. Para além disso, é folclore.

Leituras: Levítico 13,1-2.44-46;Salmo 31;1Cor 1031-11,1 Marcos 1,40-45

Ficha nº 1414 – Homilia do 6º Domingo Comum (15.02.15)           

A cura do leproso revela o poder de Jesus e sua misericórdia como também a extensão espiritual de sua missão. Cura o corpo e tem o poder da cura espiritual. O livro do Levítico traz a legislação sobre a lepra. As conseqüências era a discriminação social e religiosa. Impuro como pecador. Jesus o toca e cura, assumindo sua condição, por isso estava fora da cidade. A lepra é imagem do pecado. Jesus se aproxima das pessoas. A pastoral exige aproximação dos discriminados.
O sacramento da Penitência é presença memorial da compaixão de Jesus. Para restaurar sua vitalidade é preciso consciência do pecado e do amor de Deus. Confissão é análise da vida diante de Deus e das pessoas, com disposição de mudar. É necessária a evangelização e a catequese.
Paulo ensina como viver em permanente contato com Deus, em tudo. Pedro escreve que a caridade cobre a multidão dos pecados. Por isso ter atitudes de serviço: procurar agradar a todos. A Eucaristia nos purifique e renove.

Fofocando sobre Jesus       

Jesus curou um leproso. Era uma doença terrível e discriminava a pessoa, inclusive da religião. Não podia participar da vida religiosa do povo. O leproso não podia aproximar-se de ninguém. Ninguém podia tocá-lo. Jesus o toca, assumindo sua condição de discriminado. Só assim Jesus salva: assumindo nossa condição humana, frágil e pecadora.

O leproso curado sai contando para todo mundo o que Jesus fizera, mesmo tendo sido proibido por Ele. Jesus não queria que sua missão se reduzisse em fazer espetáculo, mas mostrar a misericórdia de Deus para que todos chegassem à comunhão com Ele.


Paulo insiste na maneira como os fiéis deveriam viver com os outros. Tudo o que se fizer, seja feito pelo Senhor, não escandalizando ninguém, procurando o que é vantajoso para os outros para que sejam salvos. Que O imitassem, pois assim Ele o fazia. Esta é a maneira de fofocar sobre Jesus.

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