“ESCUTEMOS O SENHOR!”
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, CSsR
Discernir a voz do Senhor
O
segundo domingo do Tempo Comum é especial. É como uma ponte entre o Tempo do
Natal e o Tempo Comum, pois está na perspectiva da Manifestação do Senhor e na
Manifestação de Jesus em sua Missão. É o momento de chamar para o Reino e
reunir discípulos. Samuel recebeu o chamado de Deus para a missão profética.
Sua resposta “Fala, Senhor, que vosso servo escuta”, discernida na simplicidade
de um adolescente, ensina-nos a estar atentos aos chamados de Deus. Jesus chama
os primeiros discípulos, convidando-os a estar com Ele, onde mora. Disseram:
“Mestre, onde moras?”. “Vinde e vede”, disse Jesus. Eles foram e permaneceram
com Ele. Estar com Jesus é o caminho para o discernimento da vontade de Deus e
para darmos a resposta positiva. Vocação, seja para o que for, se não partir do
encontro com Jesus, não tem autenticidade. A resposta, nós a vivemos em um
corpo que é santuário de Deus como nos escreve Paulo. Deus não dispensa nossa
condição humana. É nela que nos encontramos com Ele, realizamos sua vontade e
seu projeto e comunicamos aos outros o que ouvimos do Senhor. A Eucaristia que
celebramos é um momento de chamada e de resposta às propostas de Deus para
nossa vida. Ele nos chama pelo nome. O discernimento se faz dentro de uma
comunidade, pois é nela que entramos pelo batismo. Por isso, nesse corpo
eclesial é que podemos dar as respostas, pois os dons que Deus nos dá são em
vista de todo o Corpo de Cristo, a comunidade. Vocação não é satisfazer um
desejo, mas dispor-se a uma entrega.
Responder prontamente
O
modelo de resposta é Jesus, como rezamos no salmo: “Com prazer faço a vossa
vontade” (Sl 39,9). Samuel e os discípulos ouviram o chamado e seguiram. Este é
o sacrifício pelo qual agradamos a Deus. Fazer nossa vontade é muito bom, desde
que esteja unida à vontade de Deus. Responder prontamente é sinal claro de
estar em sintonia com a vontade de Deus e tê-Lo como a razão de nossa vida. A
vontade de Deus não é uma imposição que cria em nós uma marca. Ela, respeitando
nossas condições pessoais, nos encaminha à experiência com Jesus, pois só Nele
podemos conhecer o Pai. Estando unidos a Jesus realizamos esse projeto mesmo
com riscos. Desse modo poderemos discernir e responder prontamente. Não impomos
condições a Deus, mas aceitamos as condições que Jesus aceitou. Dela decorre ir
até o extremo da doação. Assim entendemos a força dos mártires, a ousadia dos
missionários e a força dedicação dos misericordiosos.
Partilhar a descoberta
“Samuel
não deixava cair por terra nenhuma das palavras do Senhor” (1Sm 3,9). Os
discípulos seguiram Jesus e logo foram comunicar a Simão Pedro: “Encontramos o
Messias. Então André conduziu Simão a Jesus” (Jo 1,41-42). O sinal de que
encontramos e seguimos a Palavra de Deus é comunicá-la. “Toda a vez que
celebramos o esta sacrifício da Eucaristia, torna-se presente a nossa redenção”
(Oferendas). A celebração não é só uma memória do passado. Por isso ela é uma
chamada constante ao seguimento de Jesus em sua missão. A liturgia da Palavra
espera de nós a atitude de Samuel: “Fala, Senhor, que teu servo escuta” (1 Sm
3,10). Iniciando o Tempo Comum, recebemos a missão de conhecer o Senhor e
fazê-Lo conhecido. Não é só no silêncio que ouvimos o Senhor. É também no mundo
em chamas que o Senhor fala.
Leituras:
1Samuel 3,3b-10.19; Salmo l39; 1Coríntios 6,13c-15a.17-20; João 1,35-42
Ficha nº 1406 – Homilia do 2º Domingo
Comum (18.01.2015)
O
2° Domingo Comum é uma ponte entre Natal e Tempo Comum. É a manifestação do
Senhor em sua missão. É o momento de convocar para o Reino. Samuel nos ensina a
responder. Somos chamados a estar com Ele. Assim poderemos discernir a vontade
de Deus. Deus não dispensa a condição humana. Respondemos dentro na comunidade.
Vocação é entrega.
Jesus
dá o modelo da resposta: Com prazer faço a vossa vontade. Este é o sacrifício.
Só em Jesus podemos conhecer o Pai. Não impomos condições a Deus, mas aceitamos
as condições que Jesus aceitou.
Samuel
e os discípulos anunciaram. O sinal de que encontramos e seguimos a Palavra de
Deus é comunicá-la. A celebração é uma constante chamada ao seguimento de Jesus
em sua missão. Ouvimos Deus no silêncio e no mundo em chamas.
Curiosidade tem preço
Continuamos
a acolher a manifestação de Deus em Jesus. Agora no momento em que começa a
chamar os primeiros discípulos. No Antigo Testamento escolheu Samuel. Agora
escolhe aqueles que o seguirão e continuação sua missão.
Jesus
estava passando e João O apresentou a dois de seus discípulos: Eis o Cordeiro
de Deus, aquele que tira o pecado do
mundo. Os dois o seguiram. Jesus lhes pergunta: “O que estais
procurando?” Responderam: “Mestre, onde moras?” Eles foram e passaram o dia com
Ele.
A
primeira exigência para ser discípulo de Jesus e ser anunciador, é ter a
experiência de ter vivido com Ele. Ao querer saber onde Jesus morava, mostraram
interesse de estar com Ele. Valeu a curiosidade. Ganharam mais que procuraram.
A descoberta foi tão boa que logo levaram a Pedro e o levaram a Jesus. Quando
não levamos Jesus aos outros foi porque não O encontramos. Seguindo-O faremos a
vontade do Pai.
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