“Convertei-vos,
pois o tempo é breve”
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, CSsR
O Reino de Deus está próximo
Iniciamos o Tempo Comum. Neste ano
proclamamos o evangelho de Marcos que nos mostra o Messias distante das
expectativas do Messias glorioso dos judeus. Seu evangelho é uma catequese à
comunidade sobre Jesus Cristo, Filho de Deus. Jesus,
terminado o tempo da pregação de João com sua prisão, inicia sua missão com uma
forte chamada: “O tempo já se completou”. Se por um lado há uma pressão sobre o
fim, o que justifica o convite ao arrependimento e conversão, por outro lado,
inicia-se um tempo novo: “O Reino de Deus está próximo”. Agora termina a
preparação e já se estabelece um modo novo de vida. Tudo que veio antes foi
anúncio e preparação. Para exemplificar que a conversão surte efeito, a
liturgia apresenta a figura do profeta Jonas. Ele prega que dentro de 40 dias a
cidade seria destruída. O povo, juntamente com seu rei, fez penitência e se
converteu. A conversão é urgente, pois o tempo é breve. Paulo ensina que se
deve viver de tal modo como se o único interesse fosse o de Deus, pois o tempo
é breve. E Jesus diz que o tempo está realizado. Os primeiros cristãos
esperavam a vinda de Cristo para breve. Por isso Paulo aconselha que se viva de
tal modo como se não houvesse outras preocupações. Não as elimina, mas convida
a colocar a espera da vinda de Cristo como a ocupação fundamenta e penetra
todas as atividades. Como o tempo breve se prolonga, deixamos de lado a atenção
sobre a Vinda de Cristo. Perdemos a dimensão fundamental. Não devemos jogar sua
vinda para o futuro, pois Ele vem a todo o momento. Por isso é necessário viver
na certeza que a figura desse mundo passa.
Convertei-vos
Jonas
vai a Nínive e prega a penitência para a conversão. É ouvido e Deus poupa a
cidade da destruição. Jesus prega a conversão, a mudança de vida para viver o
Evangelho. Quem vive a conversão permanente vive a nova realidade do Reino. Assim
se descortina para nós o novo que Jesus apresenta e que é sempre novo: viver a
novidade do Evangelho como se fosse o último dia para que Deus esteja sempre
presente. A conversão nos faz novas criaturas para um mundo novo. Jesus
apresenta um novo modo de vida diferenciado do mundo pagão e do mundo judaico.
A conversão exisge deixar tudo para seguir Jesus. Não elimina o que é bom, mas
eleva a uma condição nova que penetra todas nossas realidades. Não podemos
viver o reino pela metade.
Segui-me
Jesus não só
anuncia, mas agrega a si outros que continuarão sua missão: “Chamou a si os que
quis, e eles foram até Ele. E constituiu Doze, para que ficassem com ele, para
enviá-los a pregar” (Mc 3,13-14). Ser cristão é necessariamente ser anunciador.
O ponto de partida é “estar com Ele” e só assim partir para anunciar. Ser
cristão é ser comunidade com Jesus e os seus e, a seguir, anunciar. Assim
entendemos que “deixaram imediatamente as redes e o seguiram”. Em cada
celebração manifestamos esta unidade, acolhemos suas palavras e partimos para o
anúncio. O convite que nos é feito nesta celebração é para que Deus dirija
nossa vida segundo seu amor para que possamos frutificar em boas obras, em nome
de Jesus, isto é, unidos a Ele. Somente deste modo poderemos ser seus
colaboradores. Deus quer colaboradores. Todos somos convocados. Converter-se é
já se alistar entre os anunciadores do Reino. Nós nos reunimos em Eucaristia
para celebrar a união a Cristo e confirmar nosso compromisso com a missão.
Leituras: Jonas 3,1-5.10; Salmo
24; 1Coríntios 7,29-31; Marcos 1,14-20
Ficha
nº 1408 - Homilia do 3º Domingo Comum (25.01.15)
1. Jesus, após a
prisão de João, inicia sua pregação: o tempo já se completou e o Reino de Deus
está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho. Há uma pressão sobre o fim e
inicia um tempo novo: O Reino de Deus está próximo. Jesus estabelece um novo
modo de vida. Para esta mudança dá como exemplo a pregação de Jonas em Nínive.
A conversão é urgente. Paulo aconselha a viver o fundamental. A figura deste
tempo passa.
2. Jonas vai a Nínive
e prega a conversão. É ouvido e Deus poupa a cidade. Jesus prega a conversão.
Quem a vive, vive a novidade do Evangelho. Deixar tudo não elimina o que é bom
, mas o eleva à nova condição. Não podemos viver o Reino pela metade.
3. Jesus associa
outros que continuarão sua missão. Constituiu doze para estarem com Ele e irem
pregar. O ponto de partida é estar com Ele. Só assim podem anunciar. Em cada
celebração manifestamos unidade, acolhemos as palavras e vamos ao anúncio.
Pescando no seco
Jesus
inicia sua missão. João está preso. Encerra sua missão e começa a de Jesus. Sua
primeira pregação explica sua missão: convite à conversão: “O tempo já se
completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho”
(Mc 1,15). É um tempo novo.
Ele
não quis fazer sozinho sua obra, mas quis contar com outros. Vai buscá-los no
cotidiano da vida. Simbolizando a pregação, buscou pescadores. De peixes passam
a pescar homens. Jesus chama como foi chamado Samuel. A decisão é imediata, pois deixaram tudo e O
seguiram.
Viver
o seguimento de Jesus deve ser como Paulo explica: viver as realidades como se
não as vivesse, pois a figura deste mundo passa.
A nós
compete sempre pedir que Deus nos mostre seus caminhos: Mostrai-me, Senhor,
vossos caminhos. Vossa verdade me oriente e me conduza!
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