segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Homilia para o 3º Domingo do Advento


“Alegrias da Salvação”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, CSsR

O sol que se levanta

               O terceiro domingo do Advento tem uma nota de grande alegria como vemos na antífona de entrada da liturgia: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4,4-5). O tema retorna na epístola aos Tessalonicenses: “Estai sempre alegres” (1Ts 1,16). O salmo responsorial retoma o pensamento: “Minha alma engrandece o Senhor e se alegrou o meu Espírito em Deus meu Salvador” (Lc 1,46-47). É a alegria da Salvação que recebemos e celebramos com intenso júbilo na solene liturgia (oração). Por isso chamamos este domingo de “Gaudete”, que se traduz “alegrai-vos”. É o momento de levantar os olhos e ver os primeiros raios do sol que colore o céu para nos trazer o dia. Cristo é o Sol que se levanta no Natal. Por isso nos alegramos com o anúncio de sua vinda. Ele é ungido pelo Espírito Santo, como profetiza Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre mim, por que o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos, para proclamar o ano da graça do Senhor”. O profeta diz: “Exulto de alegria no Senhor e minha alma se regozija em Deus”. E o motivo: “Porque me revestiu com as vestes de salvação” (Is 61,1-2.10). A grande alegria que Isaias e João sentem é colaborar com o Espírito para levar a boa nova aos pobres e curar-lhes todas as feridas e proclamar o ano da graça do Senhor, isto é, o grande jubileu no qual Deus derrama sua total misericórdia. Isaias dá o programa de Jesus, como anunciou na sinagoga de Nazaré (Lc 4,16-22). Este é o programa da vida cristã. Sem ele não entendemos Jesus nem sua missão.

Eu não sou o Messias

               João entra na missão do Messias, que quer dizer o Cristo, “como testemunha para dar testemunho da luz” (Jo 1,7). As perguntas que os enviados dos Sumos Sacerdotes fizeram a João respondem também, às questões levantadas pelas comunidades cristãs nas quais alguns pensavam que João era o Messias. Por que as três perguntas? Havia profecias sobre três personagens: O Messias, Elias e o Profeta. O Messias reunia em si todas as esperanças do povo. A figura de João poderia ser a resposta a essa esperança. Por que perguntam se ele é Elias? O profeta Malaquias 3,23 profetiza: Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o dia de Javé… Ele fará voltar o coração dos pais para os filhos” …. Jesus trata desta questão em Mt 17,13. O Profeta, não um dos profetas. No livro do Deuteronômio, Moisés dissera que Deus iria enviar um profeta como ele. A ele deveriam escutar (Dt 18,15). E João diz de si, conforme a Escritura: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘aplainai o caminho do Senhor’” (Jo 1,23). Assim fica clara a posição de João na Salvação. Tem consciência que sua missão é preparar o caminho e deixar passar à frente Aquele que vem. Ele se põe abaixo de escravo, pois não é digno de desatar a correia da sandália.

O Senhor vos santifique

               Ser santificado é reconhecer as grandezas de Deus que age em nós, como o fez em Maria. É não apagar o Espírito e deixá-lo agir na comunidade. A celebração é o momento de santificação tanto de Deus, “santificado seja vosso nome”, como reconhecer a ação santificadora de Deus em nós. A liturgia molda nossa espiritualidade na escuta da Palavra, na participação do sacramento e na fraternidade. Por isso a alegria interior é dominante. O cristão católico é um fiel sorridente, sempre deixando se expandir a santidade que Deus lhe dá. Ele vê longe e se alegra com os primeiros raios do Cristo Sol.
Leituras: Isaías 61,1-2ª.10-11;Sl. Lucas 1,46ss; 1Tessalonicenses 5,16-24; João 1,6-8.19-28

Ficha nº 1396 – Homilia 3º Domingo de Advento (14.12.14)

1.     O 3° domingo do Advento tem uma forte nota de alegria presente nas leituras e orações. Alegria porque vemos aproximar-se a festa da Salvação que recebemos e celebraremos na liturgia. Ele é ungido pelo Espírito para uma missão de cuidado com as necessidades básicas do homem. É o programa de sua vida e de todo o cristão.
2.     João entra na missão de Jesus como aquele que O apresenta. É testemunha para dar testemunho da luz. Nas comunidades cristãs havia pessoas que diziam que João Batista era o Messias. Havia profecias sobre a vinda do Messias, de Elias e do Profeta. João tem consciência de sua missão: ser testemunha da luz.
3.     Ser santificado é reconhecer as grandezas de Deus que age em nós. Santificamos Deus na celebração, reconhecendo-O e reconhecendo sua santificação em nós. A liturgia molda nossa espiritualidade na escuta da palavra, no sacramento e na fraternidade. Por isso o humor cristão é a alegria.

Começou a festa

No meio do Advento há um dia que anuncia que está chegando a festa do nascimento de Jesus. Por isso as cores são róseas simbolizando as primeiras luzes do Sol – Jesus que se aproxima. Nesse Advento refletimos sobre a presença João no mistério de Cristo. Ele prepara a vinda do Messias. João afirma com força que não é o Messias, nem o Profeta, nem Elias que eram esperados. Ele batiza só como um ritual de conversão. Virá outro do qual ele não é digno de ser o escravo.
O profeta Isaías descreve como será o Messias: Cheio do Espírito Santo para curar, redimir e libertar. A salvação é obra de Deus que fará germinar a justiça. A vinda de Jesus é uma renovação total de todo o Universo. Por isso somos chamados a alegria. É uma permanente festa.


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